Psoríase: mitos, gatilhos e como a medicina moderna pode ajudar no controle da doença 

psoríase

Você já ouviu falar que a psoríase é uma doença contagiosa? Ou que ela surge por falta de higiene? Esses são apenas alguns dos muitos mitos que ainda cercam essa condição de pele, que afeta mais de 5 milhões de brasileiros, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Dermatologia. 

A psoríase é uma doença inflamatória crônica, que vai muito além da pele. Ela pode causar impacto direto na autoestima, no convívio social e até na saúde emocional de quem convive com ela. A boa notícia é que a medicina avançou muito nos últimos anos e, hoje é possível controlar a doença de forma eficaz, com tratamentos modernos e seguros. 

Neste artigo, vamos descomplicar a psoríase, explicando o que ela realmente é, o que pode desencadear suas crises e quais são as opções mais atuais para tratá-la. 

Afinal, o que é psoríase? 

A psoríase é uma doença autoimune. Isso significa que o sistema imunológico da pessoa passa a agir de forma desregulada, acelerando a renovação das células da pele e, como resultado, surgem placas avermelhadas, com descamação branca ou prateada, que podem coçar, arder ou até mesmo doer. 

As lesões aparecem com mais frequência nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e região lombar, mas podem atingir qualquer parte do corpo, inclusive unhas e articulações, no caso da artrite psoriásica. 

É importante reforçar que a psoríase não é contagiosa. Ou seja, ela não passa de uma pessoa para outra por contato físico, beijo, abraço ou compartilhamento de objetos. Esse é um dos mitos mais prejudiciais, pois gera preconceito e isolamento social para muitos pacientes. 

Outro mito comum é o de que a psoríase é provocada por falta de higiene. A realidade é justamente o oposto: trata-se de uma condição de fundo imunológico, e não está relacionada aos hábitos de limpeza pessoal. 

Hoje a psoríase não é mais considerada uma doença apenas da pele ou articulação, é uma doença sistêmica, que aumenta o risco de infarto e outras doenças quando não controlada. 

Quais fatores podem piorar ou desencadear a psoríase? 

Embora a psoríase tenha uma base genética e imunológica, diversos fatores podem funcionar como gatilhos para o surgimento ou agravamento das lesões. O mais frequente é o estresse emocional. Situações de ansiedade, tensão ou sobrecarga mental têm relação direta com o descontrole do sistema imunológico, favorecendo as crises. 

Infecções, especialmente as de garganta causadas por bactérias, também podem precipitar episódios — principalmente em crianças e adolescentes. Alguns medicamentos, como os betabloqueadores (usados para pressão alta), o lítio e certos antimaláricos, podem piorar a doença em pessoas predispostas. 

Além disso, hábitos como tabagismo e consumo excessivo de álcool são considerados fatores agravantes. E, dependendo do tipo de pele e da fase da doença, até mesmo o clima frio e seco pode favorecer o surgimento das lesões, já que contribui para o ressecamento e a sensibilidade cutânea. 

Como é feito o diagnóstico da psoríase? 

O diagnóstico da psoríase é clínico e costuma ser feito por um médico dermatologista durante a consulta, com base nas características das lesões e no histórico do paciente. Em alguns casos específicos, pode ser necessário realizar uma biópsia de pele para confirmação. 

É fundamental procurar um especialista ao notar qualquer alteração na pele, especialmente se houver descamação persistente, coceira, dor ou piora progressiva das lesões. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maiores são as chances de controlar a doença com sucesso e evitar complicações. 

Tratamentos modernos e eficazes: o que existe hoje? 

O tratamento da psoríase depende da gravidade do quadro, da extensão das lesões e da resposta individual de cada paciente. Para os casos leves, que comprometem áreas pequenas do corpo, ainda se utilizam: 

  • Cremes e pomadas com corticoides 
  • Derivados da vitamina D 
  • Hidratantes específicos 

Já nos quadros moderados a graves, os avanços da medicina trouxeram opções muito mais eficazes, veja algumas delas a seguir. 

Medicamentos biológicos: 

  • Aplicados por via subcutânea ou intravenosa 
  • Atuam diretamente nos mecanismos inflamatórios da doença 
  • Bloqueiam substâncias como a interleucina 17 e a interleucina 23 
  • Resultados expressivos, com melhora significativa ou desaparecimento das lesões em semanas 
  • Perfil de segurança favorável para uso prolongado com acompanhamento médico 

Medicamentos orais específicos: 

  • Exemplo: deucravacitinibe 
  • Atua em vias inflamatórias diferentes 
  • Oferece maior comodidade no uso diário 

Pesquisas em andamento: 

  • Tratamentos personalizados baseados em testes genéticos e inteligência artificial 
  • Buscam identificar a melhor opção para cada perfil de paciente 

Com tantas possibilidades, a escolha do tratamento ideal deve ser feita junto ao dermatologista, levando em consideração as características clínicas, os desejos e o estilo de vida de cada pessoa. 

Cuidados além dos medicamentos 

Controlar a psoríase não se resume a usar medicamentos. Manter uma rotina de autocuidado faz toda a diferença. Hidratar a pele diariamente, evitar banhos muito quentes, usar sabonetes suaves e aplicar protetor solar são atitudes simples que ajudam a manter a integridade da pele e prevenir novas lesões. 

Lidar melhor com o estresse, alimentar-se de forma equilibrada, dormir bem e praticar atividades que tragam prazer e relaxamento também são formas eficazes de cuidar da saúde como um todo e, consequentemente, da pele. 

Quando procurar ajuda? 

Se você tem lesões na pele que não cicatrizam, sente coceira constante, percebe o surgimento de placas avermelhadas com descamação ou tem histórico familiar de psoríase, o ideal é agendar uma consulta com um dermatologista o quanto antes. 

A psoríase pode ser controlada, e você não precisa conviver com os sintomas sozinho(a). O primeiro passo é entender o que está acontecendo com o seu corpo — e buscar um cuidado que respeite sua individualidade e sua história. 

Eu como Médica Dermatologista Especialista em doenças imunomediadas da pele, tenho experiência no tratamento de doenças inflamatórias da pele, como a psoríase. Meu atendimento é baseado em ciência, escuta e empatia. Aqui, você encontrará um cuidado completo, moderno e humano — seja presencialmente em Campinas ou por telemedicina. Agende uma consulta comigo, quero ajudar você! 

WhatsApp
Facebook
X
Email

Artigos relacionados